Apagão na Europa

Apagão na Europa

O Dia Em Que O Mundo de Alguém Parou

No último domingo, 28 de abril de 2025, um apagão atingiu parte da Europa e deixou milhões de pessoas sem energia elétrica. Em questão de segundos, Portugal continental, Espanha peninsular, Andorra e partes do sudoeste da França ficaram sem energia elétrica.

Um blecaute em massa, daqueles que a gente só vê em filme paralisou transportes, redes de comunicação, sistemas hospitalares e… a internet.

Como de costume, surgiram teorias para todos os gostos: falha técnica, sabotagem, ciberataque, problemas na rede interligada. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o blecaute foi “um incidente isolado causado por uma sobrecarga inesperada no sistema interligado de energia, agravado por condições atmosféricas raras”.

Convenhamos, é uma explicação, no mínimo, questionável para um apagão em cadeia que atingiu vários países ao mesmo tempo, derrubando inclusive serviços essenciais e deixando hospitais em alerta. Para muitos, essa narrativa soou mais como um “copia e cola” genérico do que uma resposta técnica convincente.

Uma viagem inesperada aos anos 80

Independente de tantas perguntas sem resposta o que nos leva ao ponto mais curioso de toda essa história é que enquanto as autoridades buscavam manter o controle, as pessoas voltaram a viver. Quando as luzes se apagaram as pessoas reapareceram.

Quem viveu nas décadas passadas sentiu na pele a nostalgia. Sem wi-fi, sem televisão, sem telas: era como se o tempo tivesse voltado. Crianças correram para as ruas, vizinhos se reuniram nas calçadas e até rodas de violão surgiram aqui e ali. Um verdadeiro remember do que era viver sem estar online o tempo todo.

Uma moradora comentou: “Nem nas férias eu via tanta criança brincando na rua”. E esse talvez seja o maior ensinamento do dia já que em poucas horas, descobrimos o quanto nos afastamos do básico: a convivência presencial.

A fragilidade do sistema… e da nossa rotina

Claro, o impacto foi real. Hospitais entraram em alerta, voos atrasaram, lojas fecharam, semáforos falharam. A falha revelou como nossa infraestrutura depende de uma rede elétrica sólida — e como tudo, da economia à comunicação, colapsa junto quando essa base falha.

Mas também revelou outra dependência: a digital. Estamos tão conectados o tempo todo que, sem luz, parece que perdemos o chão. Ou será que apenas nos lembramos de como é pisar no chão de verdade?

O que aprendemos com esse apagão?

  • Que as redes humanas ainda funcionam, mesmo quando as redes elétricas falham.
  • Que há vida fora das telas — e ela pode ser mais simples e mais rica.
  • Que a convivência pode ser espontânea quando o mundo para.
  • Que talvez devêssemos “desligar” de vez em quando, por escolha.

E agora?

Especialistas seguem investigando as causas do apagão. Mas, enquanto os técnicos cuidam disso, talvez caiba a nós cuidarmos de outro tipo de energia: a que circula entre pessoas, olhares e conversas.

Já pensou em fazer um “apagão voluntário” de vez em quando?

Desligar tudo por uma ou duas horas, sair para conversar com um vizinho, brincar com seus filhos, ouvir o silêncio? A experiência forçada da Europa talvez tenha sido um lembrete: precisamos nos reconectar — com o que realmente importa.

Até breve,

Kacau Sampaio


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